Parlamentares vão pressionar o presidente da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Osmar Serraglio
(PMDB-PR), para incluir na pauta da próxima semana um projeto de lei que prevê
o crime de responsabilidade para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por
usurpação de competência do Poder Legislativo ou do Executivo. Serraglio, no
entanto, já afirmou que não é hora de pautar matérias que causam
"celeuma".
O projeto – apresentado em março deste ano - já tem
parecer pronto do relator Marcos Rogério (DEM-RO) pela admissibilidade da
proposta, falta apenas pautar para votação na CCJ. Um dos autores do projeto é
o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), que considera oportuna a apreciação da
admissibilidade do projeto antes do recesso de fim de ano. “Vai depender muito
do que acontecer hoje”, disse Sóstenes, se referindo ao julgamento do
afastamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) do comando do Senado.
Sóstenes citou como exemplos de “ativismo” exacerbado
algumas decisões da Corte, como a que proibiu a vaquejada por entender que a
prática causa sofrimento ao animal, a legalização da união estável entre casais
do mesmo sexo e, finalmente, a decisão da 1.ª Turma do STF de que não é crime o
aborto realizado durante o primeiro trimestre de gestação. “Em vários momentos
estão usurpando as prerrogativas”, concluiu o deputado, que é membro da bancada
evangélica.
Sóstenes calcula que tem apoio suficiente para incluir o
tema na pauta e votos para aprovar a proposta na CCJ, mas para levar à votação,
terá de vencer a resistência de Serraglio. Ativistas de grupos que se intitulam
“pró-vida” fizeram pressão na sessão de terça, 6, para incluir o tema na pauta
de discussões da comissão.
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