Apenas oito indivíduos, todos homens, possuem tanto
dinheiro quanto 3,6 bilhões de pessoas – a metade mais pobre da população
mundial – segundo informações da fundação Oxfam. A entidade divulgou um
relatório nesta segunda-feira e pediu por ações que reduzam os ganhos daqueles
que já estão no topo. Os cálculos se basearam em dados do banco suíço
Credit Suisse e da revista de negócios americana Forbes.
Em um momento no qual políticos e muitos bilionários se
reúnem para o encontro anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o relatório
da ONG sugere que a desigualdade de renda está maior do que nunca, com novos
dados para China e Índia indicando que a metade mais pobre da população mundial
possui menos recursos do que anteriormente estimado.
A Oxfam, descreve essa desigualdade como “obscena”.
Antes, era estimado que 62 pessoas correspondessem a essa parcela da população.
Em 2010, foram necessários os ativos combinados das 43 pessoas mais ricas do
mundo para se igualar às riquezas somadas dos 50% mais pobres, de acordo com os
cálculos mais recentes. A desigualdade tem movimentado a agenda internacional nos
últimos anos, inclusive tendo o papa Francisco entre aqueles que alertaram
sobre seus efeitos corrosivos, ao passo que um ressentimento com as elites tem
ajudado a motivar um surto no populismo político.
Bill Gates (foto), homem mais rico do mundo e rotineiro
frequentador de Davos, viu sua fortuna crescer em 50%, ou 25 bilhões de dólares
(80,43 bilhões de reais), desde que anunciou planos de deixar a Microsoft em
2006, apesar de seus esforços de se desfazer de grande parte dessa riqueza.
Embora Gates exemplifique como a riqueza excessiva possa
ser reciclada para ajudar os pobres, a Oxfam acredita que a “grande
filantropia” não ajuda a solucionar o problema fundamental. “Se bilionários
escolherem dar seu dinheiro, essa é uma coisa boa. Mas a desigualdade importa e
você não pode ter um sistema onde bilionários estão sistematicamente pagando
menos impostos do que suas secretárias ou seus faxineiros”, disse Lawson.
Os oito indivíduos nomeados no relatório são Gates;
Amancio Ortega, fundador da Inditex; o investidor veterano Warren Buffett; o
magnata mexicano Carlos Slim; o chefe da Amazon, Jeff Bezos; Mark Zuckerberg,
do Facebook; Larry Ellison, da Oracle, e o ex-prefeito de Nova York Michael
Bloomberg.
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