O Projeto de Lei 1775/15 que determina a concentração de
dados biométricos e civis, como RG, carteira de motorista e título de eleitor,
em um único documento - a Identificação Civil Nacional - foi aprovado nesta
terça-feira (21) pelo Plenário da Câmara dos Deputados. A proposta do Poder Executivo, elaborada em parceria com
o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi apresentada ao Legislativo em junho de
2015. O texto inicial previa a criação do Registro Civil Nacional (RCN), com o
“objetivo de identificar o brasileiro nato ou naturalizado, desde seu
nascimento ou sua naturalização, em suas relações com a sociedade e com os
órgãos e entidades governamentais e privados”.
Ao deliberarem sobre a norma nesta terça, os deputados
aprovaram o projeto na forma do substitutivo apresentado pelo deputado Julio
Lopes (PP-RJ). A nova redação cria a Identificação Civil Nacional (ICN), com a
finalidade de “identificar o brasileiro, em suas relações com a sociedade e com
os órgãos e entidades governamentais e privados”. Para isso, a ICN utilizará a base de dados biométricos da
Justiça Eleitoral, que será armazenada e gerida pelo TSE e disponibilizada, de
forma gratuita, ao Poder Executivo da União, dos estados, do Distrito Federal e
dos municípios, exceto quanto às informações eleitorais.
Estará proibida a comercialização, total ou parcial, da
base de dados da ICN, cujo descumprimento acarretará em detenção de 2 a 4 anos,
além de multa. O Comitê da ICN será composto por três representantes do
Poder Executivo Federal, três do Tribunal Superior Eleitoral, um da Câmara dos
Deputados, um do Senado Federal e um representante do Conselho Nacional de
Justiça. Caberá ao Comitê recomendar o padrão biométrico do ICN,
seu número, os documentos necessários para expedição do Documento de
Identificação Nacional (DIN), os parâmetros técnicos e econômico-financeiros da
prestação dos serviços de conferência de dados que envolvam a biometria, bem
como as diretrizes para administração do Fundo da Identificação Civil Nacional
(FICN) e a gestão de seus recursos.
Também serão atribuições do Comitê orientar a
implementação da comunicação transparente entre os sistemas eletrônicos do
Poder Executivo Federal e da Justiça Eleitoral, e estabelecer regimento.
Suas decisões serão tomadas por maioria de dois terços
dos membros, sendo permitida a criação de grupos técnicos com a participação
paritária do Executivo Federal e do TSE para assessorá-lo em suas atividades. O TSE estabelecerá cronograma das etapas de implementação
da ICN e de coleta das informações biométricas. Após a aprovação de hoje pelos
deputados, o projeto será encaminhado para análise e votação no Senado. Confira aqui a
íntegra do projeto aprovado pela Câmara.
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