O mais provável é que seja ferro, como no centro da Terra
– mas com uma diferença: o núcleo lunar é proporcionalmente bem menor,
correspondendo a apenas 2% da massa do satélite. (Para ter uma idéia, o do
nosso planeta equivale a 30%.) Claro que nenhuma sonda perfurou a Lua para nos
trazer essa informação lá do fundo.
“São os dados sobre o seu campo
gravitacional que nos dão 90% de certeza de que seu núcleo é formado por um
metal denso. No caso, ferro puro ou misturado com enxofre”, diz o geofísico Lon
Hood, da Universidade do Arizona, Estados Unidos, responsável por algumas das
mais recentes investigações sobre o assunto para a Nasa. Mas para que serviria
vasculhar o centro da Lua? Simplesmente para solucionar um mistério astronômico
bem maior: a própria origem do nosso satélite.
Se ele tivesse nascido junto com a Terra – da mesma nuvem
de matéria, como reza uma das teorias sobre o assunto -, seus núcleos deveriam
ter a mesma proporção de ferro. Mas já descobrimos que isso não acontece.
Assim, fica reforçada outra tese: a de que a Lua surgiu de estilhaços da Terra.
Nosso planeta teria sido atingido em cheio por um objeto maior do que Marte
(!), há cerca de quatro bilhões de anos. A gigantesca nuvem de poeira levantada
pelo desastre teria se aglutinado, formando o satélite. Como o grosso desse pó
seria das partes mais superficiais da Terra, que contêm pouco ferro, ficaria
esclarecida a razão de a Lua ser tão pobre nesse metal.
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