Em parte por causa do ativismo conservador de alguns líderes
evangélicos - especialmente no Congresso Nacional -, pastores e fiéis herdaram
uma reputação de intolerância aos olhos dos defensores do Estado laico e dos
direitos humanos. Para muitos evangélicos, no entanto, a realidade é outra
- em diversas vertentes religiosas, existem iniciativas que pretendem evitar a
disseminação de ideias preconceituosas e a defesa dos direitos humanos nas
igrejas.
Em São Paulo, por exemplo, o pastor batista Marco Davi de
Oliveira coordena um grupo de estudos sobre raça e evangelho com o objetivo de
combater o racismo dentro da igreja, enquanto a pastora metodista Lídia Maria
de Lima organiza eventos religiosos para fazer um alerta sobre a violência
doméstica e praticar o que chama de "teologia feminista". A centenas de quilômetros dali, o teólogo batista e
pastor José Barbosa organiza em Belo Horizonte o movimento "Jesus Cura a
Homofobia", que busca combater o preconceito contra gays entre os
evangélicos.
E eles garantem que há outros pastores fazendo trabalhos
semelhantes em vários Estados brasileiros.
"Em razão do ativismo evangélico conservador no
plano político e moral, os evangélicos têm sido muito mal vistos pela imprensa,
por defensores da laicidade do Estado, dos direitos humanos e por grupos
feministas e LGBT", diz à BBC Brasil Ricardo Mariano, professor de
sociologia da USP e autor do livro Neopentecostais , que traça o perfil das igrejas
evangélicas no país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário