Luciano Huck conversando com o presidenciável Flávio Rocha |
O partido Novo teve seu registro de fundação aprovado
pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2015 e surgiu na cena política com o
discurso de ser um “partido político sem políticos”, composto por pessoas “sem
experiência na política”, que entre si compartilham o “descontentamento
generalizado com a política partidária nacional”.
O “dono” do partido é o banqueiro João Dionísio Amoêdo,
que além de presidente da legenda é também presidente do Citibank, tendo
ocupado a presidência do Itaú BBA e do Unibanco. Ao lado do banqueiro, assinam a fundação do Partido Novo
Marcelo Lessa Brandão, executivo do grupo que controla as redes de fast food
Bob’s, Pizza Hut, McDonald’s e KFC ; João Antonio Lian, presidente do Conselho
de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) – e Fábio Luis Ribeiro, figura de
destaque do setor financeiro, onde atua como gestor de fundo de investimentos.
Entre os amigos idealizadores do partido estão o
ex-ministro da Fazenda Edmar Bacha e o ex-presidente do Banco Central Armínio
Fraga, ambos homens fortes do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Com nomes como esses em sua cúpula, o partido Novo
promete “renovar a política”, e já anunciou que vai lançar em breve, como
pré-candidato à Presidência da República em 2018, o dono da rede de lojas Riachuelo,
Flávio Rocha.
Em entrevista, João Amoêdo deu o tom das qualificações
que o partido vê em seu candidato para lança-lo na corrida presidencial:
“Flávio Rocha é uma pessoa alinhada com os princípios do Novo e um bom gestor”. O empresário Flávio Rocha, foi deputado federal em 1986
pelo PFL (atual DEM). Tão logo foi eleito, transferiu-se para o PL. Foi
reeleito em 1990, mas então já estava no PRN, para onde foi após ser convidado
por Fernando Collor.
De volta ao PL, foi candidato à Presidência da República
em 1994 – quando sua principal bandeira foi a criação do chamado Imposto Único,
que substituiria todos os demais. Mas deixou a competição antes das eleições. Recentemente, Flávio Rocha apareceu em uma reportagem da
revista Carta Capital, desta vez como empresário, queixoso da política
econômica e “um dos porta-vozes do empresariado nacional a defender o
impeachment” de Dilma Rousseff.
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