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quarta-feira, 17 de maio de 2017

TRAGÉDIA - ‘Veio pro RN trabalhar’, diz mãe de paulista executado em chacina no interior do estado

"O meu filho veio pra cá com o intuito de trabalhar, comigo e com a esposa dele. Ele ia montar o salão de cabeleireiro dele, falou que ia começar na sala, depois ia montar um salãozinho do lado. Aí aconteceu essa tragédia.” O relato é de Maria José Lopes, mãe de Anderson Damião Lopes Firino, de 19 anos, um dos mortos na chacina que aconteceu em Serra do Mel na noite desta terça-feira (16).

Em depoimento à Inter TV Cabugi, reproduzido acima, Maria José contou que ela, o filho e a nora se mudaram de São Paulo para o Rio Grande do Norte há pouco mais de um mês. “Tem cinco anos que eles vivem juntos, mas aí conseguiram comprar a casinha agora, e eu consegui comprar a minha aqui”, disse.
Anderson Damião, Eudileuza de Jesus Santos, de 19 anos, José Orlando Silva, de 32 anos, e outras três pessoas, ainda não identificadas oficialmente, foram mortos com tiros na cabeça. Segundo a Polícia Militar, a casa onde estavam foi arrombada pela porta dos fundos, por onde entraram pelo menos quatro homens armados, que renderam as vítimas.
“Eram umas 20h, 21h. Ainda chamei ele: ‘filho, vem pra cá, não tem pra que você estar aí’. Chamei minha nora, ela falou ‘Já já nós estamos indo. Eu fiquei esperando e eles não apareceram”, contou, emocionada, a mãe de Anderson. “Ouvi [os tiros]. Eu gritei: ‘Filho, não! Milena, deita no chão! Eu ainda tentei sair, eles falaram que iam atirar em mim se eu não entrasse”, disse.

Além dos seis mortos, um adolescente foi baleado, mas foi socorrido, e uma oitava pessoa que estava na casa conseguiu fugir. Ainda não se sabe o que motivou a chacina, mas os criminosos teriam levado celulares, dinheiro e uma moto. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Violência desenfreada
A violência segue desenfreada e batendo recordes negativos no Rio Grande do Norte. O estado alcançou a marca de 900 homicídios registrados somente este ano. A média é de 6,7 assassinatos por dia. Os dados são do Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO) — instituto que contabiliza e analisa os crimes contra a vida no RN.

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