Passeando na praia de Ponta Negra em Natal (RN), durante as férias na primeira semana de janeiro, a curitibana Francielly Azevedo foi surpreendida com uma foto sua em um carrinho de crepe.
A jovem de 24 anos é jornalista e trabalhava na emissora de TV da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) quando produziu uma reportagem sobre o comércio de crepe francês, em 2013. Na época, ela tirou uma foto e postou no Facebook.
Quatro anos depois, se deparou com a imagem estampada no carrinho no outro lado do país.
“Achei uma foto minha num carrinho de crepe em Natal. Eu me achei louca quando vi. Tinha tomado umas cervejinhas, até achei que fosse o álcool”, brinca a jornalista.
Um detalhe que passou despercebido aos olhos do responsável pelo uso não-autorizado da foto foi o crachá no pescoço da jornalista.
“Crachá da Alep, inclusive. Giovanny, cinegrafista na época, fez a foto e postei no meu Facebook. E aí hoje, na boa, vi o carrinho”, conta.
Francielly conta que ficou surpresa com a coincidência de encontrar a imagem a mais de 3 mil quilômetros de casa.
“O louco é isso. Porque foto a gente sabe que o povo pega. Não é pra ser normal, mas pega. Mas a probabilidade de eu de Curitiba achar o carrinho em Natal”, questiona.
Agora, a jornalista ainda foi procurada por colegas em plenas férias. “Minha amiga compartilhou no Facebook dela e um jornal aqui do Rio Grande do Norte quer fazer matéria sobre o alerta do que se põe nas redes sociais. Me acordaram às 5 horas da manhã”.
Proteção de imagem
A jornalista disse que não pretende cobrar pelo direito de imagem. “Vendi os direitos por quatro crepes”, brinca.
“O moço ficou com medo que eu chamasse a polícia e pediu pelo amor de Deus. Porque o carrinho era única coisa que ele tinha. Aí só pedi pra fazer a foto com o carrinho”, conta.
Leia o relato da jornalista:
"Eu estava deitada na beira da praia em Natal, praia de Ponta Negra, e o rapaz do carrinho de crepe veio oferecer e perguntar se eu queria comprar (como qualquer vendedor ambulante). Agradeci e disse que não. Quando eu sentei e olhei o carrinho estacionado, cerca de 2 metros a minha frente, não acreditei. Olhei umas três vezes e pensei “não é possível”.
Levantei e comecei a gritar “sou eu, sou eu”. O rapaz não acreditou.
Resolvi ir encontrar um lugar com wifi pra comprovar que a foto estava no meu Facebook, não consegui. Então voltei a praia e o moço não estava mais lá. Andei a orla inteira à procura porque eu queria uma foto com o carrinho.
Quando fui chegando perto o rapaz começou a correr. E eu corri atrás. Depois ele me disse que correu porque achou que eu chamaria a polícia e que o carrinho era o único sustento.
Eu perguntei como ele tinha minha foto, o rapaz respondeu que colocou “crepe francês” no google e depois de uma busca pela Internet achou.
Acabei levando na esportiva, vendi o direito de imagem por uns crepes rsrs
Mas sei que é algo sério, se fosse uma foto usada de maneira ofensiva eu não iria gostar. De tudo isso penso na importância de cuidar com o que se posta nas redes sociais, com as famosas hashtags.
E claro o fato mais inusitado é a coincidência de eu sair de Curitiba e o carrinho crepe com minha foto estacionar em minha frente, em Natal".