O rombo na Previdência atingiu a marca recorde de R$
268,8 bilhões em 2017, justamente um ano marcado por
sucessivos adiamentos na votação da reforma proposta pelo governo para
endurecer regras de aposentadoria e pensão no País. O déficit é 18,5% maior do
que em 2016 e inclui os regimes do INSS e dos servidores da União. Os dados
foram revelados ontem pelo governo e mostram que a Previdência dos servidores
segue tendo um peso proporcional maior nas contas. Um beneficiário militar
federal, por exemplo, custa 16 vezes mais do que um segurado do INSS.
O chamado déficit per capita anual dos militares ficou em
R$ 99,4 mil no ano passado, contra R$ 6,25 mil no INSS. Entre os servidores
civis da União, a necessidade de financiamento do rombo também é mais elevada,
de R$ 66,2 mil. Os dados foram calculados com base no déficit de 2017 e no
número de beneficiários de 2016, já que não há dados mais recentes sobre a
quantidade de benefícios em todos os regimes.
Em termos absolutos, o déficit na Previdência aumentou R$
41,9 bilhões no ano passado. Para o secretário de Previdência, Marcelo Caetano,
o resultado lança mais um alerta sobre a necessidade de aprovar a reforma.
Segundo ele, sem o enfrentamento do problema, o Brasil poderá viver uma
situação semelhante ao que aconteceu com a Grécia e Portugal, onde a solução
acabou sendo a redução dos benefícios.
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