O livro A Verdade Vencerá - O povo sabe por que me
condenam, da editora Boitempo, será lançado na próxima sexta-feira (16) e traz
entrevistas feitas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelos
jornalistas Juca Kfouri e Maria Inês Nassif, pelo professor de relações
internacionais Gilberto Maringoni, e pela editora Ivana Jinkings.
Na obra, que tem mais de 200 páginas, o petista fala
sobre os bastidores políticos dos últimos anos, as eleições de 2018 e sobre o
futuro. Um dos assuntos abordados é a possibilidade de ele ser preso, após
condenação na Lava Jato, em segunda instância, pelos crimes de corrupção e
lavagem de dinheiro.
Segundo a sentença, Lula deve cumprir pena de 12 anos e
um mês em regime fechado. "Há duas instâncias superiores que a gente pode
recorrer (STF e STJ) e vamos recorrer. Eles vão tomar a decisão, eu estou
pronto para ser preso. É uma decisão deles”, diz o ex-presidente, na
entrevista.
Questionado se estaria cogitando a possibilidade de ir
parar atrás das grades, o ex-presidente confirma. “Estou. O que não estou é
preparado para a resistência armada. Como sou um democrata, nem apreender a
atirar eu aprendi. Então, isso está fora. O PT não nasceu para ser um partido
revolucionário, nasceu para ser um partido democrático e levar a democracia até
as últimas consequências”, pontua.
Ele completa afirmando que não irá fugir do país. “Eu não
vou sair do Brasil, não vou me esconder em embaixada, eu não vou fugir. A
palavra 'fugir' não existe no meu dicionário. Vou estar na minha casa, chegando
em casa entre 20h e 21h, indo dormir às 22h, acordando às 5h para fazer
ginástica".
Um dos jornalistas pergunta como o petista "prepara
o espírito para isso". "Eu não preparo o espírito. Eu sou um homem de
espírito leve. Tudo isso faz parte da história. Estamos em um momento histórico
importante para mim. Eu sei por que estou sendo julgado. E eles não têm a mesma
consciência tranquila que eu tenho", responde Lula.
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