A produção e a divulgação de notícias falsas, as
chamadas fake news, podem colocar em risco o processo democrático, a ponto
de resultarem na anulação de algum pleito, caso tenham influenciado
significativamente o resultado final. A afirmação foi feita hoje (20), em
Brasília, pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz
Fux, durante a abertura do seminário Impactos Sociais, Políticos e Econômicos
das Fake News.
O seminário é organizado pela Associação Brasileira de
Rádio e Televisão (Abratel) com o objetivo de discutir o papel do jornalismo no
combate à veiculação de informações falsas em ambientes como o das redes
sociais, por exemplo. “Estamos chegando às eleições, com voto livre, inclusive
da desinformação. As fake news poluem o ambiente democrático, com o
candidato revelando sua ira contra o outro, em vez de suas próprias
qualidades”, disse Fux. Segundo ele, há inclusive a “possibilidade de anulação
do pleito, se o resultado das eleições forem fruto dessas notícias falsas”.
Punição
Para evitar esse tipo de situação, o TSE vai atuar “mais
preventivamente do que punitivamente”, disse o presidente do tribunal, após
ressaltar que o TSE terá uma atuação relevante no sentido de punir quem
divulgar esse tipo de notícia. “Notícia, se muito dramática e emocionante, muito
provavelmente será falsa. É preciso a checagem profunda antes do
compartilhamento que acaba difundindo a fake news”, completou.
Fux disse ter elaborado, com a ajuda de entidades ligadas
a marqueteiros, um documento que possibilitará uma colaboração conjunta, também
com partidos políticos e órgãos de inteligência, para evitar esse tipo de
problema. “No combate às fake news, precisamos de mais certeza e de mais
imprensa”, concluiu.
Segundo o presidente da Abratel, Márcio Novaes, o WhatsApp poderá
ser o principal divulgador de fake news nessas eleições, e que as
notícias falsas já têm causado prejuízos à sociedade. Nesse sentido, avalia ser
indiscutível que o papel desempenhado pela radiodifusão continuará sendo de
grande relevância.
Para o representante do setor de radiodifusão, antes de
tudo é preciso compreender que a melhor forma de se combater as fake news “é
fazendo um jornalismo de verdade”. “Fofocas existiram sempre, mas precisamos
estar atentos a esse mal”, disse.
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