Presente na 22° Parada LGBT de São Paulo, o deputado
federal Orlando Silva e líder do PCdoB na Câmara disse neste domingo, 3, que o
crescimento do também deputado e presidenciável pelo PSL, Jair Bolsonaro, não o
“assusta”. “Bolsonaro não me assusta, é fogo de palha. Logo ele vai voltar para
o lugar dele.” Além disso, Silva comentou que o tom conservador da
campanha presidencial se enfraqueceu após o episódio da greve dos
caminhoneiros.
Levantamento encomendado ao Ibope pela TV Bandeirantes e
realizado somente em São Paulo entre os dias 24 e 27 de maio, durante a greve
dos caminhoneiros, mostra que só Bolsonaro cresceu durante a paralisação. Com
19%, em comparação aos 14% no mês anterior, ele ainda ficou tecnicamente
empatado com o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado do PCdoB reconhece que a insatisfação atual da
população favorece Bolsonaro em um primeiro momento, pois ele é a “negação da
política”. Mas, aposta ele, Bolsonaro vai “derreter” quando começar campanha.
“Meu palpite é que ele não tem partido, não tem apoio nos Estados, não tem
tempo de TV e não tem recurso para fazer a campanha.”
Boulos
O pré-candidato à presidência da República pelo PSOL,
Guilherme Boulos, também esteve na 22° Parada do Orgulho LGBT. Ele admitiu que
o avanço do conservadorismo e de pautas como intervenção militar preocupam, mas
não tiram a legitimidade do movimento dos caminhoneiros, que expressou, segundo
ele, o fracasso do governo Michel Temer e da política de preços da Petrobras,
atestada na demissão de Pedro Parente.
União das esquerdas
Apesar de já ter admitido ao Broadcast (serviço de
notícias em tempo real do Grupo Estado) que o PCdoB pode abrir mão da
candidatura para unir a esquerda no primeiro turno da eleição presidencial,
Silva disse que isso não está “dado”. A pré-candidata da sigla, Manuela
D’Ávila, também participou do evento, mas não falou com a imprensa. “A tendência é manter a candidatura da Manuela. Assim
como vamos manter, o Ciro (Gomes – PDT), o Boulos e o PT também. [Se as
pesquisas não mostrarem avanço] temos que ver lá na frente. Quem vai sair e
quem vai ficar temos que ver depois. Ou tem um acordo geral ou não acontece
nada”, disse Silva Sobre isso, Boulos disse que a unidade da esquerda é pela
democracia, mas que há “pontos de vista diferentes que precisam ser
preservados”.
Congresso conservador
Em relação ao tema da Parada deste ano, “Poder para
LGBTI+: Nosso Voto, Nossa Voz”, Silva afirmou que o combate à intolerância tem
que ganhar forma na representação política. “Ter só um representante LGBT [Jean
Wyllys (PSOL)] no Congresso mostra que o Parlamento está totalmente alheio à
realidade brasileira.”
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