O eleitorado feminino é hoje o responsável pela maioria
dos votos brancos e nulos declarados em pesquisas de intenção de voto para
presidente da República nas eleições 2018. Segundo recorte feito
pelo Ibope a pedido do Estado, seis
em cada dez eleitores dispostos a não votar nos pré-candidatos apresentados são
mulheres na faixa etária dos 35 aos 44 anos, desiludidas com os recorrentes
escândalos de corrupção envolvendo a classe política e preocupadas com o rumo
da economia.
A mesma preponderância feminina é observada no grupo dos
eleitores indecisos. Em ambos os casos, a participação de mulheres é superior
se comparada ao número de votos que detêm no País. O detalhamento da
última pesquisa CNI/Ibope para
presidente mostra que, enquanto elas representam 52% do eleitorado nacional,
são 58% na fatia dos que votam branco ou nulo e 55% entre os que não se
decidiram. A indignação feminina diante da corrupção e as incertezas
relacionadas à recuperação da economia brasileira, especialmente a retomada do
emprego e o risco da inflação, explicam o fenômeno, segundo pesquisas
qualitativas feitas pelo Ibope. Especialistas apontam mais
dois motivos: o sentimento de que os atuais políticos não representam as
mulheres – em 2014, elas preencheram apenas 10% das vagas na Câmara dos
Deputados – e a indefinição em torno de quem será ou não candidato em
outubro.
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