Embora não seja raro dirigente de empresas privadas dever tributos estaduais, municipais ou federais, a denuncia de que a Companhia Açucareira Vale do Ceará Mirim – que até hoje é associada ao nome do ex-governador e candidato ao Senador pelo PSDB, Geraldo Melo –, detém um débito superior a 127 milhões de reais (R$ 127.826.392,01) junto ao governo do Estado, ‘fragiliza’ o discurso de Melo junto ao eleitorado conservador – o que pode lhe render perda de votos na capital e no interior.
A denúncia se baseia em dados da Procuradoria Geral do Estado e foi destaque na manhã desta sexta-feira, 28, em diversos meios de comunicação do Rio Grande do Norte. Segundo o que foi noticiado, o débito da Açucareira seria referente à sonegação de impostos – cujo valor global daria para o governo do RN pagar o 13º salário dos servidores referente ao ano de 2017 e investir em equipamentos para a Polícia Militar.
Em janeiro deste ano, Melo deu entrevista sobre o débito em questão ao Portal RN Agora, ocasião em que negou que tenha qualquer dívida com o Estado, já que a Companhia Açucareira havia sido vendida ao grupo do empresário cearense Manuel Dias Branco Neto em 2009. “Se, depois disso, o proprietário não teve capacidade de gestão, eu não tenho nada a ver com isso. Não tenho obrigação com essa dívida”, argumentou o ex-governador naquela ocasião.
O fato é que, em uma reta final de campanha, onde o ex-senador entoa um discurso de ‘integridade total’ na ânsia de voltar ao Senado Federal, a denúncia repercute negativamente e pode subtrair votos que lhes seriam conferidos pelos eleitores mais conservadores e cansados de ler notícias sobre políticos envolvidos em polêmicas nada republicanas.
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