Quatro últimos óbitos ocorreram em cidades com população estimada em menos de 28 mil habitantes (Imagem: Reprodução)
O Rio Grande do Norte totaliza 72 óbitos por coronavírus e 1.644 casos confirmados da doença, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 6, pela Secretaria da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP RN), durante coletiva de imprensa em Natal.
Os quatro óbitos que constam no boletim divulgado nesta quarta-feira são referentes a mortes de pacientes residentes em Taboleiro Grande, Ipanguaçu, Serra Negra do Norte e Areia Branca, reforçando a interiorização da doença. A idade média desses pacientes é de 73 a 94 anos, o que revela outra preocupação, como reforçou o secretário adjunto de Saúde do RN, Petrônio Spinelli. “Mostra claramente que quando a epidemia vai para a periferia ou vai para o interior volta o perfil tradicional do mundo, tradicional do Brasil que é óbitos em pessoas mais idosas”, disse.
24 outros óbitos estão em investigação. Desse total, dois são em Mossoró e quatro em Natal, os demais aconteceram em pequenas em médias cidades do Estado. “A imensa maioria dos casos em investigação estão também nas pequenas cidades ou nas médias cidades”, disse Spinelli.
Para ele, isso leva à reflexão sobre a necessidade de acabar com a ilusão de que existem cidades protegidas. “Taboleiro Grande não tem nenhum caso, ninguém está doente em Taboleiro Grande e já vem um óbito. As pessoas precisam entender que não existe isso. Quero repetir, não existe uma cidade do Rio Grande do Norte que o vírus não esteja circulando. Não existe um bairro de Natal que o vírus não esteja circulando. Essa é uma ilusão que nós precisamos acabar”, afirmou o secretário.
“Não crie ilusão em cidade nenhuma de que esse vírus não está lá”, complementou.
O boletim revelou ainda que o RN tem 5.503 suspeitos, 4.943 casos descartados e 662 pacientes recuperados. Quanto à ocupação dos leitos hospitalares, os dados mostram que 227 pacientes estão internados, sendo 127 no serviço público (56%) e 100 no serviço privado (44%). Do total de internações, 68 estão em UTIs, 56 em leitos de Cuidados Semi Intensivos e 103 em leitos clínicos.
Antes da anunciar os números, o secretário falou sobre a dificuldade do momento. “Esse talvez seja o pior dia para nós que estamos anunciando aqui, não só pelos números que vamos apresentar, mas também pelo cenário que está se avizinhando”, afirmou. “Nós estamos, realmente, em uma situação de muito risco e é bom que toda a sociedade saiba disso para a gente encontrar o caminho juntos”, acrescentou Spinelli.
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