Abelardo Rodrigues Neto, filiado ao DEM, formado em jornalismo, atual vice-prefeito de Alto do Rodrigues, cidade que já foi governada por seu pai Abelardo Filho em seis oportunidades, se constituindo na liderança política mais respeitada da cidade e região.
Para começar nosso bate-papo, desde a posse em 1º de janeiro, você vinha sendo um ‘vice com função’, atuando como jornalista à frente da comunicação. Recentemente, você renunciou ao cargo de secretário. O que o levou a tomar essa decisão?
ABELARDO NETO
Como é de conhecimento público, eu já ocupava a função de secretário de Comunicação desde 2013. Me desincompatibilizei ano passado para ser candidato - mas logo em seguida a eleição - retornei ao cargo. E na verdade, não estava mais me sentindo confortável nessa posição. Com isso, preferi entregar a Secom, para de agora em diante, se chamado, contribuir com a gestão de outra forma.
Nosso vale sofre sem representação na câmara dos deputados, ficando sem uma voz genuína em Brasília. Como ver essa falta de nomes de peso em nossa região?
ABELARDO NETO
Infelizmente, essa é uma lacuna que está aberta, e sinceramente, não vejo como mudar essa realidade enquanto não for adotado o voto distrital. Existem promessas por parte do Congresso Nacional, que após o recesso parlamentar de julho, uma mudança na legislação eleitoral seja feita, e com isso, o distritão será adotado já em 2022. Se isso ocorrer, naturalmente, surgirão nomes no tabuleiro político regional para encampar essa luta, do contrário, continuará tudo como sempre esteve.
Como vê a polarização da política nacional, cada vez mais radical, entre direita e esquerda, leia-se Bolsonaro X Lula.
ABELARDO NETO
Não acho que seja saudável considerar apenas os dois polos extremos, que atualmente polarizam as discussões políticas no país, como sendo as únicas opções de governo. Torço, e ainda acredito, que surgirão novos nomes no debate nacional para compor a disputa presidencial, e com isso, venhamos a ter mais opções de escolhas. Caso não seja possível, não restará outra saída, se não, votar mais uma vez no presidente Lula.
Como filho de ex-prefeito e já trilhando a carreira política, carregando o sobrenome da família mais tradicional do município, inevitavelmente você é visto como provável candidato a chefe do executivo. Isso poderá se concretizar nas próximas eleições?
ABELARDO NETO
Tudo é possível. Só não considero oportuno antecipar um tema ainda tão longe a ser discutido. Ainda temos a eleição do próximo ano (2022), e ainda que pese, o fato que estamos há apenas 6 meses exercendo a função que o povo escolheu em 2020. Além de ser precoce falar em eleição municipal, tem o fato não menos relevante, de estarmos enfrentando uma pandemia, que aflige a vida de todos, e em consequência disso, tem contribuído inclusive, para aumentar o desemprego, e até mesmo, em algumas situações, a falta do básico no cotidiano das pessoas. O momento é de trabalhar e cumprir os compromissos feitos ao povo, em praça pública. Faço parte de um grupo político vitorioso, liderado pelo ex-prefeito Abelardo Rodrigues, que conta com o apoio do prefeito Nixon Baracho, uma bancada com 9 vereadores, uma dezena de suplentes, lideranças políticas, e no momento certo, após a confirmação de todos os compromissos feitos e cumpridos junto a população, é que iremos pensar em sucessão municipal. Até lá, muito trabalho pela frente.
Como jornalista, como ver o papel das redes sociais? Você acha que as gestões públicas estão fazendo bom uso das novas mídias digitais?
ABELARDO NETO
As redes sociais são instrumentos não apenas de entretenimento, mas principalmente tem sido uma ferramenta importantíssima na vida das pessoas. Até mesmo aqueles mais desavisados, que não acompanham o noticiário através dos veículos de comunicação tradicionais, em algum momento, através das redes sociais, recebem informação de utilidade pública, bem como, assuntos importantes nas mais diversas áreas da economia, saúde, educação, cultura, segurança, comportamento etc... Acredito que os governos e gestores, em todas as esferas, devem continuar utilizando-as, mas no futuro próximo, precisará de regulamentação para coibir, e até mesmo punir, quem de má fé utiliza essas plataformas para espalhar Fake News.