Memorial às vítimas de Covid

sábado, 27 de novembro de 2021

EDUCAÇÃO - Ensino a distância conquista adeptos e aumenta após fim de restrições


O anúncio da pandemia de covid-19 em março de 2020 trouxe diversas transformações sociais. Com as restrições de locomoção e de contato social, setores indispensáveis tiveram que passar por adaptações. Uma das mais significativas ocorreu na educação, que passou a adotar o modelo de ensino a distância (EAD) em praticamente todas as modalidades de educação - desde treinamentos básicos a mestrados e doutorados.

Apesar de apresentarem, em média, desempenho pior do que os cursos presenciais, os cursos a distância trazem opções de ensino viáveis para alunos que necessitam trabalhar e estudar ao mesmo tempo e para pessoas que necessitam compartimentar ou flexibilizar os horários de estudo.

“A EAD se encaixa perfeitamente como solução para a realidade atual devido a sua flexibilidade, aos diversos meios de transmissão de conteúdo (vídeos, textos, aplicativos, jogos), aos canais de comunicação existentes, além de beneficiar os diferentes tipos de aprendizagens”, ressaltou a Fábia Kátia Moreira, consultora de EAD e tecnologia internacional que atua na área há mais de 25 anos.

Para a consultora, “diante da pandemia da covid-19, mesmo as instituições mais tradicionais e resistentes à EAD estão lançando mão dessa modalidade, senão para oferecer novas possibilidades de aprendizagem aos estudantes, ao menos para garantir o cumprimento dos duzentos dias letivos exigidos em lei”.

De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) George Bento Catunda, não é possível comparar o ensino remoto que ocorreu na pandemia, quando todos os cursos regulares presenciais tiveram que se adaptar, com um curso que foi estruturado para ser remoto desde a concepção. “O ensino remoto na pandemia foi uma ação emergencial, feita por professores super comprometidos, mas sem a estrutura, os recursos e o planejamento da modalidade EAD. Ou seja, o ensino remoto utilizado na pandemia não é a mesma coisa que Educação a Distância”, diz.

Agencia Brasil

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

ECONOMIA - Pix deverá ser ampliado para operações internacionais e sem internet


Para os próximos anos, o Pix, ferramenta de transferência instantânea de recursos, poderá ser usado em operações sem acesso à internet e em transações internacionais, anunciou hoje (16) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. As novidades ainda não têm data para entrarem em vigor.

Campos Neto fez o anúncio em evento especial do BC para celebrar o aniversário de um ano da nova ferramenta. Segundo ele, o Pix ainda não atingiu todo o potencial. “O uso do QR Code [Código QR, versão avançada do código de barras fotografada pelo celular] ainda depende de melhor assimilação da tecnologia pelos usuários”, explicou.

Apesar de algumas novidades do Pix dependerem de desenvolvimentos tecnológicos, o presidente do BC considerou revolucionária a evolução do sistema instantâneo de pagamentos, que funciona 24 horas por dia e permite a transferência de recursos entre contas de instituições financeiras diferentes. “A realidade superou as expectativas. O uso do Pix aumenta mês após mês. A velocidade de adoção é a mais rápida do mundo”, destacou Campos Neto.

Até outubro deste ano, cerca de 7 bilhões de transações foram executadas por meio do sistema, movimentando R$ 4 trilhões. O recorde diário de transações ocorreu no último dia 5 de novembro, com 50.045.289 operações.

O Pix tinha 348,1 milhões de chaves cadastradas por 112,65 milhões de usuários (105,24 milhões de pessoas físicas e 7,41 milhões de pessoas jurídicas), também até outubro deste ano. Ao todo, 62,4% da população acima de 18 anos usou a ferramenta para enviar ou receber dinheiro. No período, havia 762 instituições financeiras cadastradas para operar o Pix e 87 em fase de adesão. Entre essas instituições, estão bancos, financeiras, instituições de pagamento, cooperativas de crédito e fintechs (startups financeiras).

Em 12 meses de funcionamento, o Pix ultrapassou, em número de transações, meios de pagamento tradicionais. A ferramenta superou a Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Ordem de Crédito (DOC) em janeiro deste ano. Em março, foi a vez de o Pix tomar o lugar dos boletos bancários na preferência por meios de pagamento.

POLÍTICA - Bolsonaro vê Lula e Moro se aproximarem no alcance online


Sem um partido definido e sem palanques competitivos nos principais colégios eleitorais do País, o presidente Jair Bolsonaro estará ainda mais dependente das redes sociais no ano que vem que em 2018 — uma arena na qual seus principais adversários avançaram desde a última disputa e diminuíram a diferença nos engajamentos.

Mesmo investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por divulgar notícias falsas, Bolsonaro ainda é, de longe, o político brasileiro com o maior alcance nas redes sociais. No Twitter, por exemplo, ele tem 7,14 milhões de seguidores: mais que a soma do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 2,8 milhões; do ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que tem 3,3 milhões; e que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 1,2 milhão.

Bolsonaro também está a frente nas interações, que é a quantidade de comentários, compartilhamentos ou “curtidas” que os posts recebem. Neste ano, o presidente teve 458 mil interações, enquanto o petista teve 123,2 mil. Mas essa vantagem já foi maior e está diminuindo.

A pedido do Estadão, a consultoria digital Bites compilou dados históricos sobre o desempenho do presidente e de seu principal adversário, Lula. Ao longo do ano de 2019, Bolsonaro teve 732,8 milhões de interações em seus perfis no Twitter, no Instagram e no Facebook — quase 13 vezes mais que as 56,6 milhões de interações do petista. De lá para cá, a diferença reduziu de forma expressiva: em 2021, até agora, Bolsonaro teve 3,7 vezes mais interações que Lula.

“A vantagem do presidente Bolsonaro já foi muito maior, como os números mostram. O indicativo que a gente vê aqui é uma recuperação do ex-presidente Lula em função de um entendimento melhor que a militância dele passou a ter do uso de redes sociais. Claramente, a militância de Lula e do PT está se digitalizando. Por isso, essa diminuição da diferença, especialmente no número de interações”, diz Manoel Fernandes, diretor-executivo da Bites.

A mesma comparação não é possível no caso do ex-juiz Sergio Moro — embora ele também esteja crescendo com rapidez nas redes. Recém-filiado ao partido Podemos, ele aparece como o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, atrás de Lula e de Bolsonaro, em empate com Ciro Gomes (PDT). Além de não ser candidato em 2018, o então juiz nem sequer tinha presença online: a conta do Twitter, por exemplo, é de abril de 2019. O perfil no Instagram, onde ele soma 2,5 milhões de seguidores, é ainda mais recente: foi criado em janeiro de 2020.

Segundo o secretário nacional de comunicação do PT, o ex-deputado Jilmar Tatto, o crescimento de Lula nas redes se deve à mudança da conjuntura política, com a soltura do ex-presidente e a volta dos direitos políticos dele por decisão do STF. “Em 2019, Lula estava preso (o ex-presidente só deixou o cárcere em 8 de novembro daquele ano) e o PT estava numa situação muito fragilizada, e isso se refletia nas redes sociais (…). Nós estamos nos preparando para 2022 desde o ano passado”, disse Tatto.