Notícias de mortes decorrentes de infartos têm tido maior constância no noticiário nos últimos meses. Nesta quinta-feira (7), por exemplo, o jovem Luis Felipe, de 23 anos, filho do secretário de Planejamento e Finanças do Rio Grande do Norte, Aldemir Freire, morreu vítima de uma parada cardíaca. Um reflexo dessas situações é que o número de infartos em 2022 é o maior dos últimos 3 anos, quando comparado ao mesmo período de 2021 e 2020. Os dados estão disponíveis no portal da transparência do Registro Civil.
Há quem questione qual seria o motivo. Muito se fala das sequelas da Covid-19 e, alguns, até citam um suposto efeito adverso da vacina contra o coronavírus. Para esclarecer melhor sobre o que realmente poderia estar causando o crescimento no índice de óbitos pela causa, o Portal 96 procurou o médico e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia no RN, Antônio Amorim, que revelou não ter uma interferência comum direta de ambos nos ataques cardíacos.
“A covid pode causar uma inflamação no coração e levar a um problema que se chama miocardite. Isso facilita o paciente a ter arritmias cardíacas. Não é comum originar infarto, mas esse quadro inflamatório pode sim contribuir. Porém, o mecanismo é diferente dos infartos mais comuns que são por obstrução dos vasos. Com relação à vacinação, não existe relação com ocorrência de infarto. As vacinas são seguras e nos ajudam a proteger das formas graves de covid. Importante se vacinar porque justamente as formas mais graves do covid podem contribuir com problemas cardiovasculares”, explicou.
Conforme o Registro Civil, o número de mortes por infarto, até o início de julho deste ano, é superior quase 30 caso a mais, com relação aos números obtidos no ano passado. No total, 923 pessoas já morreram vítimas dessa causa em 2022.
Antônio Amorim ainda ressaltou que os números elevados nos picos da pandemia cobriu a letalidade por outras causas que, normalmente, lideram os índices.
“O número de casos de infarto sempre foi elevado. O que aconteceu foi que nos últimos dois anos passamos por um período crítico e pela primeira vez em muitas décadas uma doença conseguiu superar as doenças cardiovasculares em relação a primeiro lugar na mortalidade, que foi o Covid. Com a vacinação e diminuição dos casos graves do covid, o infarto do miocárdio voltou a assumir o primeiro lugar”, contou.
Após o início da pandemia, em 2020, apenas neste ano que o índice de mortes por Covid-19 é inferior às ocasionadas por infarto no estado.
Para a cardiologista Raíssa Gabriela, alterar a rotina, em caso de sedentarismo e cuidados médicos, caso sofra de hipertensão ou diabetes, podem garantir que o ataque cardíaco seja evitado.
“Mudanças no estilo de vida de uma forma geral. É importante que a gente atente para quando estivermos acima do peso e acrescentar o exercício físico. Tudo isso vai fazer com que a gente reduza o risco de um infarto”, explicou.
Portal 96 FM
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