A Black Friday é um período do ano marcado por promoções de grandes empresas que procuraram um aumento nas vendas, mas, ao mesmo tempo, por um crescimento da possibilidade de fraudes e golpes por parte de pessoas mal-intencionadas que desejam se aproveitar de consumidores. Um levantamento realizado pela empresa anti-fraude ClearSale encontrou um aumento de mais de 131% nas tentativas de fraude em compras online durante a Black Friday brasileira de 2021, em comparação ao ano anterior. Contudo, especialistas afirmam que grande parte dos casos poderiam ter sido evitados pelos consumidores.
Por isso, usuários devem redobrar a atenção para não se tornarem vítimas de golpes e aproveitarem as ofertas durante o período. Perito em crimes digitais e CEO da Enetsec, Wanderson Castilho afirma que épocas festivas são os momentos em que os criminosos mais agem. Mas, segundo ele, 80% dos casos podem ser evitados com busca e pesquisa.
“É importante que quem for comprar na Black Friday tenha em mente os 3P’s: pare, pense e pesquise. É justamente isso que o criminoso não quer. A internet proporciona coisas interessantes, mas não faz milagre. O comportamento do golpista online é sempre aguçar seu anseio de compra com descontos excepcionais, prazo de entrega melhor que qualquer um ou preço imbatível. São todos elementos que chamam atenção.
O golpista promete tudo isso porque não vai entregar nada. A ferramenta mais importante é o usuário estar informado, não fazer compra por impulso e pesquisar bastante. É preferível deixar de comprar do que perder por um golpe. A ansiedade pela compra, para pegar aquele produto por aquele preço, é o grande fator da maioria das vítimas terem caído no golpe. Principalmente por falta de pesquisa. Pesquise tudo o que for possível sobre a empresa e, se for preciso, peça ajuda”, indica.
O especialista ainda aponta que as principais táticas utilizadas para enganar consumidores são o phishing, links enviados por WhatsApp, promoções irreais, site falsos ou com pouca segurança e transações pelas redes sociais. Para evitar se tornar uma vítima, o especialista recomenda sempre pesquisar o nome da loja na internet junto aos termos “fraude”, “reclame aqui” e frases do gênero — principalmente quando o usuário não conhecer o estabelecimento ou ele for novo.
“Se já tiver algum tipo de golpe relacionado ao lugar, vai ter pessoas reclamando online. Também é importante checar o tempo de abertura da empresa”, recomenda.
Alguns golpes comuns podem ainda induzir as pessoas o erro. Castilho cita que algumas companhias podem enviar um produto com o preço mais baixo para cem pessoas e fraudar outras mil que compraram. “Por isso, o recomendado é comprar de lojas já conhecidas. Outra recomendação é nunca clicar em links recebidos com promoção. O ideal é sempre digitar na barra de endereço em vez de clicar. Também é importante checar se o link possui o https com o cadeado, o que significa que as informações estão criptografas. Os hackers não costumam colocar essa criptografação.
Além disso, tomar cuidado com sites falsos e com a compra de produtos em redes sociais porque eles não contam com garantia alguma. Não existe uma comprovação de que aquele perfil é realmente da pessoa, apenas se for um perfil verificado, com juridicamente alguém se responsabilizando por aquilo. Se quiser, marque um local físico, aberto e com pessoas para trocar lá o produto pelo dinheiro.
Essa é a maior garantia que você pode ter porque rede social não é garantia em transação. Além disso, guarde sempre todas as informações como chats, e-mails, etc e não saia de uma plataforma com a promessa de preço menor em outra rede”, pondera. O perito ainda recomenda a utilização de aplicativos de seguranças nos dispositivos eletrônicos como anti-spywares e anti-phishing.
Diretora da Auditoria Russell Bedford, Rosangela Peixoto recomenda que os consumidores sempre desconfiem quando uma oferta for boa demais para ser verdade. Ela afirma que os principais cuidados e medidas de segurança que devem ser tomadas pelos compradores são os mesmos que devem ser adotados em qualquer compra online. “Primeiro de tudo: verificar se o site é seguro, checando a qualidade da página e se existem reclamações contra a empresa na internet. Outra questão é não deixar informações de cartões salva na página de compra para evitar a exposição de dados. No caso de compras presenciais, não deixar passar o cartão fora do seu campo de visão, nem emprestá-lo.
Independentemente do meio de pagamento, sempre conferir os dados para ter certeza de que o dinheiro está indo para um conta ligada à empresa da qual se está comprando. Isso vale em especial para o Pix, a chave precisa estar no nome da companhia”, orienta. E, caso seja vítima de um golpe online, a indicação é que o usuário faça um boletim de ocorrência e busque auxílio jurídico.
Dependendo do tipo de ação utilizada pelos criminosos, o banco tem responsabilidade sobre as transações e pode ajudar no processo. Para aqueles que buscam assistência gratuita, a Associação Nacional das Vítimas de Internet (ANVInt) oferece atendimento jurídico, acolhimento e orientação a vítimas de golpes cibernéticos.
JPNEWS
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