Com uma matriz elétrica majoritariamente limpa, o Brasil vem há anos sendo apontado como um país com potencial para liderar globalmente a transição energética, oferecendo soluções para a crise no setor. Elemento químico mais simples e abundante, o hidrogênio é considerado uma das principais fontes de energia renovável da atualidade, sendo um importante vetor energético com capacidade de acumular energia. Além do Porto Indústria Verde a ser instalado no Rio Grande do Norte, outro projeto se prepara para receber a planta-piloto de hidrogênio renovável. Com um investimento de R$ 90 milhões, a unidade será instalada na Usina Termelétrica do Vale do Açu, em Alto do Rodrigues, e atualmente está na fase de elaboração de estudos pela WEG, empresa responsável pela construção.
Os data centers, infraestruturas que suportam a crescente demanda por armazenamento e processamento de dados, precisam funcionar constantemente, sem interrupções. 24 horas, sete dias por semana, durante todos os 365 dias do ano. Isso inevitavelmente significa consumo contínuo de energia. Segundo estudos, até 2030 os data centers podem consumir até um quinto da energia elétrica gerada no mundo. E os negócios de data center estão em crescimento no mundo. No Brasil, o Nordeste, por deter uma matriz energética limpa, oferece todas as condições para se tornar um hub de data center no Brasil.
E a região Nordeste pode se tornar o próximo polo de tecnologia sustentável do Brasil. Uma iniciativa do Ministério de Minas e Energia está preparando um decreto para regulamentar a instalação de data centers nas regiões Norte e Nordeste, com foco em fontes de energia renovável, como solar e eólica. A proposta é incentivar a construção de data centers que utilizem fontes de energia renovável, como solar e eólica, abundantes no Nordeste. Essa abordagem não só reduz os custos de operação, mas também minimiza a pegada de carbono dessas instalações, alinhando-se às demandas globais por sustentabilidade.
O hidrogênio verde também pode favorecer a estratégia de descarbonização dos data centers e seu crescimento sustentável. O hidrogênio verde, tem um processo de produção livre de emissões de dióxido de carbono e consiste na separação das moléculas de hidrogênio das moléculas de oxigênio da água, utilizando energia elétrica de fontes renováveis. Empresas como Microsoft, Atos ou Innio já fazem testes há alguns anos com membranas de troca de prótons, softwares que podem prever as necessidades de consumo de energia do data center e com motores de hidrogênio puro que não emitem CO2.
Hoje, a grande concentração de data center no Nordeste está no Ceará. Fortaleza sedia a maioria deles devido à presença dos cabos submarinos que fazem da cidade um importante hub de conectividade global. Além dos parques eólicos e solares no Rio Grande do Norte, futuramente nosso Estado pode contribuir para atender a demanda de energia consumida pelos computadores que operam data centers, inteligência artificial (IA) e criptoativos, que são drenos de energia diante do alto volume de operações realizadas e necessidade de funcionamento ininterrupto. Em seu processo produtivo, o data center requer cargas robustas de eletricidade principalmente para refrigeração dos equipamentos.
agorrn
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